quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Microcefalia: é possível prevenir a doença?

(© Fornecido por Minha Vida) O Brasil vem registrando um número crescente de casos de microcefalia, uma condição neurológica rara em que a cabeça da pessoa é significativamente menor que a de outros da mesma idade ou sexo. São várias as possíveis causas de microcefalia e, normalmente, a sua consequência é algum grau de problemas de desenvolvimento. Para se ter ideia da gravidade do problema, entre 2010 e 2014 o Brasil registrou 781 casos de microcefalia, e apenas em 2015, até o dia 21 de novembro, já são 739 casos suspeitos da doença identificados em nove estados, segundo dados do Ministério da Saúde. A maior parte dos casos estão concentrados em Pernambuco, com 487 bebês nascidos este ano com o problema, sendo o primeiro estado a identificar o aumento da incidência de microcefalia no Brasil. Até a mesma data, a Paraíba registrou 96 casos, Sergipe 54, Rio Grande do Norte 47, Piauí 27, Alagoas dez casos, Ceará nove, Bahia oito e Goiás um caso de microcefalia. "Começamos a perceber que tinha algo de errado porque em uma semana nós tínhamos cinco ou seis pacientes internados com microcefalia, quando o normal é um por mês", conta Lucas Alves, neuropediatra do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, que atendeu diversos casos de microcefalia relacionados ao surto. "Uma boa parte dessas mães, no início da gravidez teve um quadro de febre associado a manchas avermelhadas pelo corpo. Além disso, apesar de ainda não termos as causas da maioria dos casos de microcefalia aqui, a fisionomia, o rosto dos bebês é bem semelhante nestes casos. Normalmente, dependendo da causa da microcefalia, essas características são parecidas, então estamos desconfiando de uma mesma causa. Além disso, eles fizeram tomografia computadorizada e outros exames e muitos têm achados iguais", explica o médico. Febre Zika: Uma das principais suspeitas das autoridades médicas sobre a causa da microcefalia é o Zika vírus. Ele pertence a mesma família do vírus da dengue e também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. "Nos dois casos confirmados de microcefalia relacionada ao Zika vírus que temos até agora, o vírus foi detectado no líquido amniótico, o que quer dizer que o vírus pode estar relacionado à presença da doença, mas não que ele necessariamente cause a microcefalia", afirma Celso Granato, infectologista do Fleury Medicina e Saúde. Segundo nota divulgada pelo Ministério da Saúde no dia 24 de novembro, "ainda não é possível ter certeza sobre a causa para o aumento de microcefalia que tem sido registrado nos nove estados. Todas as hipóteses estão sendo minuciosamente analisadas [...] Apesar de ser um achado científico importante para o entendimento da infecção por Zika vírus em humanos, os dados atuais não permitem correlacionar inequivocamente, de forma causal, a infecção pelo Zika com a microcefalia. [...] O fato já foi comunicado à Organização Mundial de Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde, conforme os protocolos internacionais de notificações de doenças". Até o dia 24 de novembro, segundo o Ministério da Saúde, 18 estados brasileiros tiveram confirmação laboratorial da presença do vírus responsável pela febre Zika. São eles: São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná, Amazonas, Roraima, Pará, Rondônia, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Rio de Janeiro. Como prevenir a microcefalia: São diversas as causas da microcefalia, desde infecções virais e uso de certos medicamentos, até condições genéticas. Por isso, "a melhor forma de se prevenir não só a microcefalia, mas diversas outras condições de saúde, é com um pré-natal bem feito", diz Paulo Breinis, neuropediatra do Hospital São Luiz.Além disso, ao primeiro sinal de febre ou manchas no corpo a gestante procurar atendimento médico o mais rápido o possível", diz Alves, neuropediatra de Pernambuco. Dentre as recomendações médicas também estão: Não ingerir álcool durante a gravidez; "O consumo de álcool predispõe o bebê a diversas doenças, como Síndrome do Alcoolismo Fetal", diz o neuropediatra Breinis. Não utilizar medicamentos sem a orientação médica: "Já se sabe há muito tempo que alguns medicamentos podem interferir na formação fetal, inclusive causando uma má formação do cérebro como a microcefalia. Então as grávidas não devem tomar nenhum tipo de medicamento sem orientação médica", orienta o infectologista Granato. Evitar contato com pessoas com febre, exantemas ou infecções "Teoricamente toda infecção pode dar alguma alteração no desenvolvimento do feto, desde uma rubéola e citomegalovírus, até a dengue, febre zika e febre chikungunya. Por isso é importante evitar a exposição geral à doenças", orienta Granato. Proteger-se da picada dos mosquitos: Como há a possibilidade do caso recente de surto de microcefalia em Pernambuco estar relacionado à febre zika, que por sua vez é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti - além das complicações já sabidas nos casos de dengue, por exemplo - uma das recomendações do Ministério é evitar se expor ao mosquito. O que pode ser feito eliminando os criadouros dele, ou seja, retirar recipientes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento, além do uso de repelentes indicados para gestantes. Aconselhamento genético: "Existem formas de microcefalia que são genéticas e não são causadas por um vírus, intoxicação ou outro agente externo. Inclusive, são várias as causas da microcefalia genética, então é importante fazer o aconselhamento genético para verificar o que estas condições podem causar", diz o neuropediatra Breinis. (Fonte MSN)

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