quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Estresse acelera a progressão de doenças periodontais

(© Fornecido por Cartola A doença periodontal é uma inflamação provocada pela ação de bactérias e estimulada pelo estresse) O estresse é uma resposta fisiológica do organismo a acontecimentos e problemas físicos ou emocionais, afetando o corpo de diferentes formas. Na saúde bucal, especificamente, os efeitos podem ser o agravamento e progressão da doença periodontal, bruxismo, halitose, entre outros. As causas são variadas. Prazos apertados para pagar contas, trânsito, término de relacionamentos, chefes, tudo isso é um gatilho que contribui para o aparecimento do estresse. É preciso ressaltar que nervosismo e irritação são duas coisas normais em situações do dia a dia. O estresse que afeta as pessoas negativamente decorre de sensações e sentimentos mais complexos, como medo, desespero, raiva e frustração. Esse mal perturba a homeostasia do organismo – processo de regulação de equilíbrio interno do corpo. A pessoa estressada libera em maior quantidade o hormônio cortisol, que é produzido em níveis normalmente baixos. A adrenalina também tem sua produção aumentada, embora a rota de atuação seja diferente. Essas duas substâncias são responsáveis por regular várias funções no corpo, como o sistema imunológico. Elas podem desencadear tanto um efeito pró quanto anti-inflamatório. Os maus hábitos de higiene aliados ao estresse aceleram o processo inflamatório da doença periodontal, causada pela ação bacteriana, podendo comprometer os tecidos de sustentação dos dentes. O cortisol age sobre a cadeia do ácido araquidônico, reduzindo o processo anti-inflamatório e acelerando a progressão da doença. Nos casos mais graves, as pessoas chegam a perder os dentes. “O estresse diminui a resistência do organismo, o que favorece a proliferação da bactéria e, consequentemente, a progressão da doença”, explica o professor titular da disciplina de periodontia da Universidade de São Paulo (USP), Giuseppe Alexandre Romito. Comumente, quando estressadas, as pessoas voltam-se para hábitos pouco saudáveis e acabam usando tabaco e álcool, além de negligenciarem a higiene oral. Esses são fatores de risco que estimulam a proliferação de bactérias. “Junto com a diabetes, o fumo é um risco comprovado no agravamento da doença periodontal. O álcool também prejudica, embora não no mesmo nível do tabaco”, afirma Romito. A gengivite ulcerativa necrosante aguda (Guna) é uma das consequências do estresse intenso, principalmente entre jovens. Ela é uma doença periodontal incomum, caracterizada por necrose, ulceração, dor e sangramento gengivais. “A Guna é facilmente identificável. Ela ocorre em situações pontuais, que envolvem grande estresse e ansiedade, e acomete pré-vestibulandos, noivos, estudantes etc.”, comenta Romito. O estresse também está relacionado ao apertamento dentário e ao bruxismo. Os dois distúrbios, que causam desgaste nos dentes, surgem a partir de condições emocionais altamente extenuantes. A origem dos problemas não está necessariamente associada ao estresse, pois esses hábitos também podem aparecer em decorrência da depressão e da ansiedade, por exemplo. Apertamento dentário é uma força além do normal que a pessoa faz quando a arcada superior e inferior se encostam. No bruxismo, o indivíduo, além de apertar os dentes, range-os. O tratamento, nesse último caso, envolve a colocação de uma placa de resina acrílica que impede que haja esse movimento. Uma pessoa estressada precisa de uma escovação rigorosa, uso de fio dental diário e acompanhamento profissional periódico. “Há um dogma de que o ideal é que as idas ao dentista sejam a cada seis meses”, declara Romito. Para quem tem problemas, como a doença periodontal, porém, o professor aconselha que as consultas ocorram de quatro em quatro meses. Se o estresse está presente, tente aliviá-lo com uma dieta nutritiva, tentando dormir o número de horas necessárias à noite e exercitar-se para reduzir a ansiedade e a tensão. (Fonte MSN)

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