sexta-feira, 5 de junho de 2015

Sem fugir de perguntas, Thiago Silva reconhece: “mesmo se ganharmos a Copa América, não vai apagar a Copa do Mundo”

(© Fornecido por Goal.com) Thiago Silva e Everton Ribeiro concederam entrevista coletiva no início da tarde desta sexta-feira, na Granja Comary. O zagueiro, capitão da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2014, não fugiu da dividida: falou sobre os 7 a 1, favoritos na Copa América, perda de espaço no time comandado por Dunga e sobre os escândalos extracampo na Fifa e CBF. Abaixo, confira os principais temas respondidos pelo jogador do Paris Saint-Germain. Escândalos extracampo no futebol “É uma situação um pouco delicada para nós, jogadores, darmos nossa opinião. A nossa opinião não vai mudar em nada, então fica difícil falar sobre esta situação. É claro que para o futebol é uma situação muito terrível. A gente gosta de um futebol limpo, na bola. É um pouco estranho a gente se deparar com esta situação. Mas eu acho que nós jogadores temos que nos preocupar apenas em jogar futebol. Está apenas começando esta investigação, não sabemos o que está para acontecer. Não adianta a gente estar aqui falando sobre uma situação que não entendemos. Eu não posso falar sobre um negócio aqui que eu não entendo. Não sei o que está para acontecer. Nenhum jogador é tolo de não entender o que está acontecendo no país. Mas acho que, hoje, vestindo essa camisa, estamos representando a CBF. Acho que de nenhuma forma, independente da situação, podemos ir contra a CBF. Então acho que a gente tem que pensar um pouquinho, refletir um pouquinho. Podemos, sim, fazer um futebol melhor. Acredito até que o futebol feminino possa ter um crescimento melhor, porque eu vejo as meninas treinando, o duro que elas dão. E nem sempre elas são recompensadas por aquilo. Claro, a melhora é sempre bem-vinda. A gente espera sempre que o futebol brasileiro possa evoluir (...) O que que a gente vai ficar falando aqui? Vamos mudar isso, aquilo... no final são eles que decidem. Para nós jogadores é difícil tomar essa condição aqui e falar o que a gente acha realmente”. Contato com o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero (Foto: Rafael Ribeiro/CBF) “Foram palavras de motivação para a gente poder se concentrar em nosso trabalho da melhor maneira possível. Ele desejou uma grande Copa América para a gente, e acho que o papel dele, ele está fazendo bem, como o Marin fazia também quando vinha nos apoiar, nos dar uma palavra de incentivo. É sempre importante você ver o presidente do lado de sua equipe. E ele foi muito feliz em suas colocações, e a gente tem que pensar apenas em jogar. Este problema externo tem pessoas capacitadas para resolver essa situação, e temos que pensar exclusivamente dentro de campo, porque se não ganhar somos nós jogadores os pressionados e cobrados”. Sensação de começar ‘do zero’ agora com Dunga incomoda? “É uma situação um pouco diferente para mim, mas eu acho que o mais importante é ter a consciência tranquila. Sempre que eu ter a oportunidade de jogar, vou dar sempre o meu melhor. Eu acho que possivelmente, por estar no banco, foi em função logo da minha lesão, que foi o meu maior erro nesta temporada. No segundo jogo da temporada, um amistoso contra o Napoli, eu falei para o treinador (Laurent Blanc) que queria jogar e me machuquei. Isso aí me atrapalhou muito, até mesmo em termos de Seleção Brasileira. Aí tiveram outros convocados que deram conta do recado, mas acho que em nenhum momento isso me atrapalha. Muito pelo contrário: isso me dá mais força para trabalhar e tentar, de alguma forma, retomar o meu lugar. (Foto: Rafael Ribeiro/CBF) Eu não me arrependo de nada que eu fiz na Copa do Mundo. Muito pelo contrário: sinto orgulho de tudo aquilo que eu fiz e tudo aquilo que minha equipe fez. Infelizmente, como eu digo sempre, saímos de uma forma inesperada, que machucou todo mundo. E aí as pessoas procuram alguém para criticar, colocar pra baixo. As pessoas falam de negócio de choro, o choro foi contra o Chile, um jogo que nós ganhamos. Isso é uma coisa que ficou marcada negativamente para mim, mas eu tenho a consciência tranquila. Sempre que eu entro em campo eu dou a vida, independente da camisa que eu estou vestindo. Principalmente a camisa da Seleção Brasileira, a gente tem um amor enorme. Um prazer muito grande de estar aqui. Essa pergunta pode ser direcionada a ele, em relação à opinião dele em relação às minhas atitudes”. Sonho de conquistar a Copa do Mundo de 2018, na Rússia “Uma das piores fases da minha vida, com a minha doença, eu passei na Rússia. Então, acredito que eu tenho pensado muito nesta situação: de chegar na Rússia e conquistar um título mundial para o meu país, dentro de um país onde eu passei a grande dificuldade da minha vida”. Grupo da Seleção reformulado após o trauma na Copa do Mundo “É um momento um pouco diferente para todos nós. Tínhamos em mente ganhar a Copa do Mundo, essa era a mentalidade de todo o mundo. Mas a gente sabe que, no futebol, as coisas mudam muito rápido. Acabou que fomos eliminados da Copa do jeito que foi. Ficamos marcados de uma outra maneira, que nenhum jogador, nenhum brasileiro gostaria”. ESPECIAL: O REMÉDIO PARA AFASTAR O TRAUMA DE 2014 “Por tudo o que aconteceu na Copa, isso nos dá mais motivação ainda para conseguir novamente esse respaldo do torcedor. A gente ficou devendo, temos essa consciência. Mas em nenhum momento nós deixamos de acreditar em nós. Futebol é desta maneira: um dia você ganha, um dia você perde. E nós, na última Copa do Mundo, perdemos e ficamos marcados de uma forma muito ruim. E para tentar mudar isso, só treinando, trabalhado... eu acho que mesmo se ganharmos a Copa América, não vai apagar a Copa do Mundo que nós fizemos”. Copa América mais disputada das últimas décadas. “O Brasil, independente da competição e reformulação que entre, é sempre favorito. Sempre vai brigar por título. Essa nossa qualidade é muito grande, mas hoje em dia só qualidade não vence campeonato. Qualidade pode vencer um jogo aqui, um jogo ali. Mas campeonato, dificilmente você vai conseguir só com qualidade. Tem que ter força de vontade, pessoas que trabalham sério. Acredito que o Chile seja mais favorito do que todos porque joga em casa, tem uma equipe muito bem montada pelo seu treinador. E em todos os confrontos que os enfrentamos, tivemos grandes dificuldades. Saímos vencedores, é verdade, mas tivemos grandes dificuldades para enfrentar essa equipe. Então, mais do que nunca, dentro de casa, eles vão com tudo para conseguir este título (...) é um time muito bem armado, com grandes jogadores, de muita qualidade. Jogadores baixinhos, mas que correm a todo momento. Parece que têm molas nos pés. A única seleção que vai falar português é o Brasil, então acho que a gente sai um pouquinho atrás neste aspecto da comunicação com o árbitro. Mas eu acho que, num todo, estamos muito bem preparados”. Vontade de Zico em ser presidente da Fifa “O Zico tem experiência suficiente para ocupar esse cargo. É uma pessoa respeitada no mundo todo, mas não só por isso – por ser o Zico, ter nome. Pela maneira como ele trata as pessoas. É um cara muito sério. Eu tive a possibilidade de conhece-lo e sei o quanto ele se trabalha para estar sempre melhorando, como treinador ou outros cargos. Se vier a ser o Zico, com certeza vai fazer um bem ao futebol em si”. Final da Champions League durante o treino marcado neste sábado “A vontade de todo o mundo, principalmente dos jogadores, é de assistir a este jogo (...) mas estamos passando por um momento de entrosamento ideal. Então a gente precisa trabalhar. Mas amanhã vai ser um treino diferente, um pouco com a cabeça no jogo, para saber se o Neymar está fazendo um grande jogo, o resultado final. Eu, particularmente, tenho amigos dos dois lados, então fica difícil de você torcer para um e não para o outro”. (Fonte MSN)

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