sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Herpes-zoster ainda é mistério para a maior parte dos brasileiros Conhecida popularmente como cobreiro, a doença herpes-zoster tem grande ocorrência especialmente em pessoas acima de 50 anos. Caracterizada inicialmente por vesículas avermelhadas e bastante doloridas, por muito tempo a doença foi associada ao contato com roupas onde uma cobra ou outro animal peçonhento pudesse ter passado. Arraigada de mitos sobre origem e cura – muitas vezes atribuída a benzimentos –, a doença ainda é um mistério para a população. De acordo com o médico Claudio Fernandes Corrêa, idealizador e coordenador do Centro de Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, o herpes pode ser identificado pelas vesículas avermelhadas e bastante doloridas, acompanhadas por dores nevrálgicas, coceira, formigamento, dor de cabeça e febre. “De modo geral, essas vesículas aparecem de um lado só do corpo, nas costas ou no rosto, seguindo a enervação da região”, esclarece. Segundo o especialista, o herpes pode acometer qualquer pessoa, independente da faixa etária ou do sexo. Porém, há mais incidência em pessoas acima dos 50 anos. A doença é uma infecção viral provocada pelo mesmo vírus da catapora, a varicela-zoster. O vírus pode permanecer latente ou inativo na coluna espinhal e ser reativado depois dos 50 anos de idade, quando há queda expressiva da imunidade ou ainda durante tratamentos de quimioterapia, doenças debilitantes ou estresse intenso. “Na maioria dos casos, há a manifestação uma única vez, desaparecendo depois de algumas semanas. Contudo, cerca de 10% das pessoas acometidas pela doença desenvolvem a neuralgia pós-herpética, cujas dores nos nervos periféricos podem permanecer por toda a vida”, alerta o doutor Cláudio. O médico afirma que o tratamento ideal é o preventivo, por meio de vacinas. “Em contato com o vírus da varicela, o paciente pode adquirir imunidade, às vezes por toda a vida”, destaca. Qualquer pessoa pode tomar vacina preventiva, esclarece o médico, contanto que não tenha nenhuma doença ou alergia à vacina. “O aconselhável é se consultar com um médico antes”. Porém, após a manifestação da doença, o tratamento do herpes-zoster é sintomático e a neuralgia pós-herpética trata-se com antidepressivos, anticonvulsivantes e, em alguns casos, com procedimentos operatórios, com implante de eletrodos, entre outros, dependendo da região afetada. A medicina popular, baseada em reza, benzimentos e medicação tópica com ervas, visa a apenas aliviar os sintomas da doença, não sendo responsável pela cura do herpes-zoster. Assim, a procura por um especialista médico logo nos primeiros sinais da doença é de extrema importância para evitar as suas complicações.

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