sábado, 6 de outubro de 2012
GASTRITE:
A gastrite é uma inflamação do epitélio estomacal, muitas vezes, tem diferente significado para os leigos e para os médicos.
O público, frequentemente, usa o termo gastrite como queixa, representando vários desconfortos relacionados com o aparelho digestivo.
O médico, após examinar o paciente e fazer os exames necessários, conclui que existe gastrite, inclusive, muitas vezes sem sintomas e outras vezes em que não existe significado clínico destacável.
As gastrites podem ser agudas ou crônicas.
Tipos:
Gastrite aguda
Gastrites agudas permitem uma abordagem mais simplificada, por serem de aparecimento súbito, evolução rápida e facilmente associadas a um agente:
Medicamentos, infecções e estresse físico ou psíquico podem levar a uma gastrite aguda.
Ácido acetil-salicílico (aspirina, AAS), anti-inflamatórios não esteroides, corticóides, bebidas alcoólicas e a ingestão acidental ou suicida de certas substâncias corrosivas são exemplos de agentes agressores.
Alimentos contaminados por germes, como bactérias, vírus, ou por suas toxinas são causa frequente de inflamação aguda do estômago, como parte de uma infecção, genericamente conhecida como gastroenterite aguda.
Situação bastante conhecida é a hemorragia digestiva superior aguda, com vômitos e evacuações com sangue. Deve-se lembrar que o vômito apresenta como característica a cor vermelho "vivo", ou a presença de coágulos, o que se denomina hematêmese. Em relação à evacuação, como este sangue é digerido por bactérias no decorrer do trânsito intestinal, este se apresenta de cor enegrecida e com odor forte, chamado de melena. No entanto, nos casos em que ocorre um sangramento muito intenso, não há tempo para que ocorra a digestão deste sangue, e desta forma a evacuação também se caracteriza pela eliminação de sangue vermelho "vivo".
A hemorragia digestiva pode ocorrer como complicação de situações graves como o estresse pela longa permanência dos doentes em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), em períodos pós-operatórios, em pacientes com queimaduras em extensas áreas do corpo, em politraumatizados ou em pacientes com infecção generalizada (chamada de septicemia).
Gastrite crônica
Em relação à gastrite crônica, também, existe muita confusão, principalmente no que se refere aos sintomas e à relação com os agentes causadores.
Sabe-se que a bactéria Helicobacter pylori pode determinar uma gastrite crônica. Esta bactéria vive muito bem em ambientes ácidos, como é o caso do estômago. No entanto, o Helicobacter pylori leva à destruição da barreira protetora que reveste a mucosa do estômago, permitindo que o ácido gástrico agrida a própria mucosa gástrica, o que leva à inflamação da mesma, caracterizando a gastrite.
Como a infecção pela bactérica é crônica, a inflamação também segue este padrão. Na gastrite crônica atrófica, situação em que diminuem muito as células da mucosa do estômago, existe considerável redução na produção do ácido gástrico, que é importante para a "esterilização" do que ingerimos e para a digestão dos alimentos. A gastrite atrófica deve ser vista com atenção pelo médico e paciente, já que a evolução desta forma de gastrite para a atrofia gástrica, está relacionada com o aumento da incidência de câncer de estômago.
Por vezes, a bile que o fígado descarrega na porção inicial do intestino delgado (chamado de duodeno), reflui para o estômago, causando inflamação crônica.
Estes fatores, atuando isoladamente ou em conjunto, podem determinar gastrite crônica.
Gastrite crônica atrófica
Ocorre quando os anticorpos atacam o revestimento mucoso do estômago, provocando o seu adelgaçamento e perda de muitas ou de todas as células produtoras de ácido e de enzimas. Esta perturbação afecta normalmente as pessoas mais velhas. Também tem tendência para ocorrer nas pessoas a quem foi extirpado parte do estômago (procedimento cirúrgico chamado gastrectomia parcial). A gastrite atrófica pode provocar anemia perniciosa porque interfere com a absorção da vitamina B12 presente nos alimentos.
Sinais e sintomas
A maioria dos casos crônicos não apresenta sintomas.
Já na gastrite aguda, quando existem queixas, são muito variadas:
Hemorróidas
Dor e queimação no abdômen
Azia
Perda do apetite
Náuseas e vômitos
Distensão epigástrica (região do estômago)
Sensação de saciedade alimentar precoce, mesmo com a ingestão de pequenas porções de alimentos.
Sangramento digestivo, nos casos complicados, demonstrado pela evacuação de fezes pretas (melena) e/ou vômitos com sangue (hematêmese).
Por deficiência de absorção de Vitamina B12 e ácido fólico, pode ocorrer anemia manifestada por:
Fraqueza
Ardência da língua (glossite)
Irritação dos cantos dos lábios (comissurite)
Diarreia
Mais raramente, alterações neurológicas envolvendo memória, orientação e coerência, quadro clínico relacionado à gastrite atrófica.
Diagnóstico
Exames necessários: Na gastrite aguda, baseando-se na história clínica, sendo em geral desnecessário exames.
Na suspeita de complicações, como a hemorragia, a endoscopia digestiva alta é o exame indicado. A endoscopia é um exame que permite enxergar diretamente a mucosa, mostrando alterações sugestivas de algum tipo de gastrite.
Entretanto, 40% dos casos de gastrite crônica nada mostram.
Por isso, considera-se que o diagnóstico das gastrites crônicas é, fundamentalmente, histológico, ou seja,pelo exame microscópico de fragmentos da mucosa colhidos por pinça de biópsia que passa através do próprio endoscópio.
Tratamento:
O tratamento está relacionado ao agente causador. Nos casos de gastrite aguda associada ao uso de medicações anti-inflamatórias, sua suspensão e/ou substituição, associada ao uso de medicamentos que neutralizem, que inibam ou bloqueiem a secreção ácida do estômago, é o tratamento básico.
A endoscopia, mais utilizada nos casos de gastrite aguda acompanhada de sangramento, além de poder fazer o diagnóstico, pode interromper a hemorragia aplicando variados tratamentos locais. Não há consenso sobre a vantagem de tratar a bactéria Helicobacter pylori quando há gastrite sem úlcera, pois não tem sido observada uma melhora significativa dos sintomas digestivos. Nos casos em que há a indicação do tratamento para a erradicação da bactéria, este consiste na administração de antibióticos e de bloqueadores da produção de ácido gástrico.
Prevenção
Evitar o uso de medicações irritativas como os anti-inflamatórios e a aspirina, evitar medicamentos sem ordem médica e não ir diretamente na farmácia, pois eles dão remédios apenas para alívio da dor, informando curar seu estômago. evite tomar eno, sal de fruta, e antiácidos pois eles não aliviam nem curam gastrite, so servem para indigestão. Muitas pessoas confundem e recorrem a medicamentos que só vem a prejudicar o seu estado. Gastrite é dor, vômitos, e não somente indigestão.
Evitar o abuso de bebidas alcoólicas e do fumo.
Existem controvérsias quanto ao hábito da ingestão de café e chá preto influir nas gastrites, por isso o seu consumo deverá depender da tolerância individual.
A melhoria das condições sanitárias, do tratamento da água de consumo doméstico, da higiene pessoal (lavar as mãos antes de tocar alimentos), dos cuidados no preparo e na conservação dos alimentos, faz decrescer significativamente as vítimas das toxinfecções alimentares (gastroenterites).
Dispepsia - Dificuldade de digestão, popularmente conhecida como "indigestão". Caracteriza-se por dor crônica ou recorrente no abdome superior, plenitude abdominal superior completa e sensação precoce de saciedade durante a alimentação. Pode ser acompanhada de distensão abdominal, arrotos, náuseas ou azia. A dispepsia é um problema comum. Freqüentemente é causada pela doença do refluxo gastroesofágico ou gastrite, mas em uma pequena minoria pode ser o primeiro sintoma da doença da úlcera péptica e, ocasionalmente, do câncer. Por isso, uma inexplicável dispepsia de início recente em pessoas acima de 55 ou a presença de outros sintomas de alarme pode requerer novas investigações.
DRGE ou Doença de refluxo gastroesofágico - Consiste no refluxo de conteúdo alimentar presente no estômago para o esôfago, normalmente com pH ácido, embora possa ser também de conteúdo biliar, neste caso chamado refluxo alcalino. O refluxo, que contém material ácido, atinge a faringe e até a boca, provocando, tal como na pirose, ardor, queimação, mal estar e em casos extremos a morte.
Gastralgia - Dores de estômago.
Gastroparesia - Conjunto de condições clínicas caracterizadas por uma lentificação na passagem de alimentos pelo estômago sem que haja bloqueio no antro, piloro ou duodeno.
Hipercloridria - Conhecida vulgarmente por "acidez estomacal". É provocada por secreção excessiva de ácido clorídrico gástrico.
Hipocloridria - Baixa secreção de ácido clorídrico gástrico.
Acloridria - Não existência de ácido clorídrico gástrico.
Pirose - Vulgarmente chamada de azia, é a sensação de ardor (queimação), que tem início na parte posterior do esterno e que se propaga através de ondas ou golfadas, até a faringe, fazendo-se acompanhar de arroto com acidez e aumento da salivação. A pirose pode ser sintoma de algumas doenças como refluxo gastroesofágico, ou indicativo de processos irritativos ou inflamação ocorrente no esôfago. O ardor é provocado pela ação do ácido gástrico (e por vezes também de bílis), fora do ambiente estomacal.
Síndrome de Zollinger-Ellison - Distúrbio caracterizado por níveis aumentados do hormônio gastrina, fazendo com que o estômago produza ácido clorídrico em excesso. Uma das consequências da acidez aumentada é a produção de úlceras pépticas em 95% dos pacientes. Geralmente é causada por um tumor no duodeno ou pâncreas produtor de gastrina.
Úlcera péptica - Lesão localizada no esofago ou duodeno com destruição da mucosa da parede destes órgãos, atingindo os vasos sanguíneos subjacentes. É causada pela insuficiência dos mecanismos protectores da mucosa contra a acidez gástrica, muitas vezes devido a infecção com a bactéria Helicobacter pylori. Além da dor caracteriza-se pelas hemorragias continuas para dentro do tracto gastrointestinal. A ruptura de uma treta, criando uma comunicação anormal entre o tracto gastrointestinal e a cavidade peritoneal é uma emergência médica potencialmente mortal.
É vulgar supor que os ácidos presentes no estômago o manteriam imune a agentes infecciosos, porém, muitos estudos apontam para que a Helicobacter pylori seja o agente responsável pela maioria dos casos de gastrite crónica, úlceras gástricas e cancro do estômago (nos casos de adenocarcinoma e linfoma MALT - tipo específico de linfoma da mucosa do estômago). Recentemente, descobriu-se outra Helycobacter presente em vários casos de gastrite. Pesquisas científicas já se encontraram a estudar uma vacina - tão ansiada pela comunidade médica - para debilitar este tipo de bactéria.
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