quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Chilenas desenvolvem dispositivo que usa planta para carregar celular
(© Copyright British Broadcasting Corporation 2015 Ainda em fase de registro, dispositivo vem sendo considerado uma alternativa sustentável aos usuários de smartphones e tablets)
Nada de tomadas. Em um futuro próximo, talvez você recorra a um vaso de plantas para carregar seu celular ou seu tablet.
Chamado "E-Kaia", um dispositivo criado por três jovens engenheiras do Chile só precisa de uma planta bem cuidada para obter energia suficiente para recarregar baterias e vem sendo considerado uma alternativa sustentável aos usuários de smartphones e tablets.
Por mais inverossímil que pareça, na prática, é preciso "ligar" o dispositivo enterrando-o em um vaso ou canteiro.
Como o E-Kaia ainda está em processo de registro de patente, suas criadoras não revelam muitos detalhes de seu funcionamento.
Segredos
Mas mesmo com tantos segredos, a engenheira industrial Carolina Guerrero, a engenheira de computação Camila Rupish e a engenheira eletrônica Evelyn Aravena conseguiram provar a eficiência das invenção delas.
O mecanismo funciona como um circuito que gera cinco volts e 600 miliamperes e se conecta ao celular ou o tablet por meio de um cabo USB.
Durante o processo de fotossíntese, a planta produz matéria orgânica que transforma energia da luz em energia química. Ao redor das raízes, os micro-organismos se encarregam de processar essa energia que a planta utiliza para crescer e também para gerar elétrons como produtos secundários.
(© Copyright British Broadcasting Corporation 2015 A criadoras do E-Kaia, Carolina Guerrero, Camila Rupcich e Evelyn Aravena, que foram premiadas em 2014)
O dispositivo captura os elétrons que a planta não precisa – e por isso ela não é afetada – para gerar a energia que o equipamento precisa.
Isso permite que em uma hora e meia seja possível dar uma carga completa em um celular ou em um tablet.
Evelyn Aravena afirmou à imprensa local que "a ideia agora é deixar o dispositivo mais bonito, para torná-lo mais comercializável e também para que fosse portátil e resistente".
Estudantes:
A ideia nasceu em 2009, quando as três estavam na universidade. Com o projeto, elas ganharam um prêmio de inovação do governo chileno, em 2014. E também foram semifinalistas no concurso The International Business Model Competition, organizado por universidades de ponta americanas, como Harvard e Stanford.
Neste ano, elas ganharam outro prêmio e um respaldo financeiro de um órgão do governo chileno para criarem o protótipo.
Há outras iniciativas similares no mundo. Na Holanda, um projeto usa o mesmo conceito, mas em uma escala distinta.
A Plant-e usa amplas áreas plantadas como fonte de energia limpa. Sua co-fundadora, Marjolein Helder, diz que estamos prestes a entrar a uma verdadeira revolução com esse tipo de energia.
(© Copyright British Broadcasting Corporation 2015 Desafio agora é conseguir baratear o custo do dispositivo e seu preço se aproxime dos carregadores atuais)
O projeto holandês também absorve os elétrons e os transfere para um dispositivo, que é ligado ao celular ou tablet. Segundo Helder, com 1 metro quadrado de jardim pode-se produzir 28 quilowatts/hora em um ano.
Baseado em dados de consumo médio de um lar americano, seriam necessários 372 metros quadrados de área verde para fornecer energia a uma casa.
Agora, Plant-e quer implementar seu processo de geração de eletricidade não só em terra firme, mas também em pântanos e plantações de arroz.
Custos:
O custo de venda do carregador chileno ainda não foi calculado, mas as engenheiras já estão pesquisando materiais mais econômicos para produzi-lo. O protótipo custou US$ 504 (R$ 1.850), um valor inacessível para a maior parte desse mercado.
A ideia é dar início a uma produção pequena, para gerar recursos e, depois, realizar um projeto em grande escala.
Mas até lá, você já pode olhar vasos de plantas com outros olhos.
(Fonte MSN)
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