quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Infeções urinárias: um mal feminino?

(© GETTY/iStock/Wavebreakmedia) Embora possam atingir qualquer pessoa em qualquer idade, as infeções urinárias afetam mais as mulheres porque a uretra feminina (canal que liga a vagina à bexiga) tem apenas três centímetros contra 25cm (em média) da masculina. O facto de ser mais curta facilita o acesso das bactérias à bexiga e consequentemente a inflamação da bexiga e/ou nos rins. Conheça as soluções da medicina tradicional chinesa para este problema. Qualquer infeção no nosso organismo demonstra uma diminuição ou fraqueza do sistema imunitário, representando um risco para a saúde e uma maior necessidade de vigilância relativamente aos sinais e aos sintomas que surgem. A infeção urinária corresponde a um quadro infecioso localizado em qualquer parte do sistema urinário, podendo adquirir diversas designações conforme o local afetado. Assim, se a infeção afeta os rins designa-se pielonefrite, a bexiga (cistite), a uretra e os ureteres (ureterite). Apesar de uma infeção urinária poder afetar homens e mulheres, são, no entanto, as últimas que são mais propensas a contrai-las pelo facto de a uretra feminina ser menor que a masculina, o que facilita a entrada das bactérias até à bexiga. No entanto, além do tamanho da uretra feminina, há outros aspetos que ajudam a explicar a maior probabilidade de o sexo feminino contrair infeções urinárias. Logo após a menopausa, as infeções urinárias tornam-se, normalmente, mais frequentes pois é uma altura em que o organismo feminino é sujeito a grandes oscilações hormonais e regista-se uma reduzida quantidade de estrogénio. Embora os homens sejam menos propensos a sofrer de infeções urinárias, destacamos duas situações particularmente importantes e que estão diretamente relacionadas com a existência de infeções no sexo masculino: a existência de pedra no rim e o aumento da próstata. A importância da prevenção: De acordo com a medicina chinesa, mais importante que tratar uma patologia, é preveni-la. Pretende-se alertar para a importância de detetar precocemente os sinais de alerta de forma a adquirir hábitos e comportamentos que tornem possível manter o organismo são. Quanto mais cedo se detetam os sinais, menos a doença evolui e mais rapidamente se consegue controlar a sua evolução minimizando os riscos para a saúde. Como principais sinais de alerta destaca-se: 1) aumento da frequência urinária ao longo do dia; 2) alteração da cor da urina (torna-se mais escura); 3) cheiro mais intenso (mau cheiro ou simplesmente cheiro mais intenso que o habitual); 4) numa última fase, surge o ardor ao urinar, podendo ou não ser acompanhado de dor. O tratamento pela medicina chinesa: A medicina chinesa é uma terapia que engloba a acupuntura, a fitoterapia, a massagem tuina e a dietética chinesa, sendo que o sucesso do tratamento engloba a complementaridade das várias áreas. Através da medicina chinesa, não só é possível prevenir estas situações, como também tratá-las. Para a medicina chinesa, o tratamento depende da causa da infeção. De uma forma geral, uma infeção urinária corresponde a uma diminuição das defesas do próprio organismo, acompanhado de uma fraqueza da energia do órgão rim (segundo a medicina chinesa, o órgão rim é a base da vida e nele reside a energia essencial do nosso organismo). Através da acupuntura, o objetivo é promover e fortalecer as defesas, de modo a melhorar a imunidade e dotar o organismo de mais "armas" e defesas para combater as bactérias responsáveis pela infeção. Um organismo com uma imunidade elevada, mais dificilmente contrai infeções urinárias ou de qualquer outro tipo. A abordagem seguinte consiste em fortalecer o órgão rim e promover a circulação energética e sanguínea do mesmo. Também a fitoterapia, que consiste em medicamentos realizados com base em plantas, consegue potenciar e reforçar o tratamento iniciado pela acupuntura, ajudando a fortalecer o sistema imunitário e a reforçar o rim. De acordo com a medicina chinesa, adquire especial importância não só o tratamento pela acupuntura e fitoterapia como também algumas recomendações dietéticas. Assim, logo que se comecem a verificar alguns dos sinais de alerta anteriormente referidos, é importante que se deixem de comer comidas condimentadas, alimentos ácidos e picantes (que, pela sua natureza, vão agredir ainda mais a bexiga e o trato urinário, provocando ardor e dor ao urinar). Também o chá de barbas de milho, pelas suas propriedades antibacterianas e de reforço do sistema imunitário é um forte aliado no tratamento da infeção urinária. Conselhos úteis na prevenção das infeções urinárias Pelo facto de a medicina chinesa ser também uma medicina preventiva, considera-se importante deixar algumas recomendações que ajudam a minimizar o risco de contrair infeções urinárias. Apesar de os homens poderem igualmente ter infeções urinárias, é muito menos provável que as tenham, pelo que se recomenda essencialmente ao universo feminino, uma maior precaução para evitar infeções urinárias. - Beber, entre 1,5L a 2L de água ao longo do dia de modo a eliminar as bactérias existentes; - Optar por uma alimentação saudável onde seja privilegiado o consumo de frutas e de legumes que fortaleçam o sistema imunitário; - Evitar alimentos picantes, ácidos e com condimentos fortes; - Para pessoas que têm tendência a ter infeções urinárias com frequência, recomenda-se que se evite o consumo de bebidas alcoólicas, e sumos de frutos com sabor ácido / acre (como o limão, a lima e o ananás); - Cuidar da sua higiene íntima, privilegiando hábitos de higiene importantes; - Ter especial cuidado com as casas de banho públicas, que pela enorme afluência que podem ter (em especial na época balnear), são um perigoso veículo de transmissão de doenças; - Evitar roupa interior íntima que não seja de algodão, pelo atrito que os restantes tipos de tecido possam provocar no contacto com a pele; - Limitar o consumo de café a três por dia, no máximo; - Realizar exames de rotina principalmente análises ao sangue; - Evitar situações de risco, como relações sexuais desprotegidas, com múltiplos parceiros e sem preservativo. (Lara Barbosa, terapeuta de Medicina Chinesa no Health Club Infante de Sagres, e Marisa Meneses, terapeuta de Medicina Chinesa nos Consultórios Médicos da Casal Ribeiro)

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