sexta-feira, 17 de julho de 2015

Acuado, Eduardo Cunha anuncia rompimento com a presidente Dilma

(© Antonio Cruz) O que na prática já vinha acontecendo, agora é oficial: Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acaba de anunciar seu rompimento formal com a presidenta Dilma Rousseff. Acuado após um delator da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, tê-lo acusado de ter recebido 5 milhões de dólares em propinas, o até então todo-poderoso presidente da Câmara convocou a imprensa nesta sexta-feira pela manhã para anunciar o fato. Cunha culpa o Governo pelos vazamentos de depoimentos envolvendo seu nome, e após as denúncias do lobista Julio Camargo entrou em guerra declarada com os petistas. Mais informações: Presidente da Câmara cobrou 5 milhões de dólares, diz delator Brasília entra em ebulição com a nova fase da Operação Lava Jato OPINIÃO: "Fica, Dilma!", por Rodolfo Borges Procuradoria do DF abre inquérito contra Lula por tráfico de influência OPINIÃO: 'Vendem-se milagres!', por Luiz Ruffato Lava Jato tem aval do Supremo para investigar políticos PMDB reforça votos de disputar a presidência em 2018 e Temer vira alternativa David Fleischer: “Prestígio de Cunha sai abalado e ele perde poder de barganha” "Saiba que o presidente da Câmara agora é oposição ao Governo. Eu, formalmente, estou rompido com o Governo. Politicamente estou rompido", afirmou o peemedebista durante o breve anúncio. Ele fez questão de frisar, no entanto, que este fato não irá afetar a governabilidade: "Nada deixará de ser pautado ou impedido. Teremos a seriedade que o cargo ocupa". O vice-líder do Governo na Câmara, deputado Sílvio Costa (PSC-PE), anunciou pouco depois que vai pedir o afastamento temporário de Eduardo Cunha do comando da Casa. “Do ponto de vista legal, Cunha tem a seu favor a presunção da inocência, mas do moral, perdeu as condições de ocupar a presidência". Ele afirmou, porém, que age como parlamentar e não em nome da vice-liderança do Governo. Até o momento trata-se de uma posição individual de Cunha, uma vez que o PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, continua na base petista, mas o parlamentar disse que irá tentar inverter a situação: "Eu vou tentar que meu partido vá para a oposição". Ele disse ainda que caso esse seja o caminho escolhido pela legenda, será preciso devolver os ministérios. O presidente da casa ainda fez questão de tentar se diferenciar dos petistas presos durante a operação Lava Jato, e disse que "essa lama, em que está envolvida a corrupção da Petrobras, cujos tesoureiros do PT estão presos, eu não vou aceitar estar junto dela". As palavras de Camargo ao juiz Sergio Moro, porém, mostram que Cunha terá de empenhar muita energia para não ter a imagem vinculada à corrupção. O vazamento dos depoimentos de Camargo na tarde desta quinta veio em um momento inoportuno para Cunha, que vai ao ar em rede nacional de TV na noite de hoje para falar sobre as realizações do primeiro semestre da casa. Ontem ele havia classificado as denúncias como mentirosas, e disse que o delator está sendo pressionado por alguém para acusá-lo. O presidente da Câmara chegou a citar o nome do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como possível artífice da acusação. "Acho estranho que na véspera da eleição para procurador-geral e um dia antes de eu ir falar na TV aconteça isso" , afirmou. (Fonte MSN)

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